Estamos andando. Ela para. Olha disfarçadamente para a vitrine, depois sorri para mim. Aquele sorriso de quem realmente está te escutando. Aquele sorriso de quem realmente gosta de estar ali naquele momento com você. Mesmo que as vitrines a distraiam. Mesmo que esteja cansada. Mesmo que ela faça aquele charminho, reclame de casa ou chore sua preguiça. Amo que ela esteja ali comigo. E sei que ela sabe que também estou cansado, com fome, sem dinheiro. E que ainda vou me arrastar ate a academia, depois da jornada dupla, por que quero ficar sarado para ela. Ela volta a andar, os cachinhos rebeldes de seu cabelo loiro escapam do coque. Ela não gosta de passar por outro caminho dentro do shopping. É sistemática de um jeito que até acho fofo. Gosto de irrita-la com isso também, trocar as coisas de lugar, não deixar ela arrumar uma mexa rebelde. Ela parece brava, mas nunca está. Não por causa disso. Ela fica brava por outras coisas bobas. Eu seguro sua mão pequena e clara. Ela não teve t